domingo, 13 de setembro de 2009

ninguém sabe como, mas ela vem do acaso.
ninguém sabe por qual porta, mas ela adentra,
faz morada, nos toca, nos banha e deixa perfume de rosas no corpo.
eu a aceitei, como a praia se deixa tocar pelo mar.
eu a deixei lavar meu corpo de areia e sal.
não fiz sinal algum, apenas esperava-atodas as noites,
todas as tardes e manhãs.
queria vê-la, para tocar seus dedos;
pois descobrir que era os seus dedos a chave de tantos, tantos mistérios.

Jurandir Rita

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